domingo, 28 de abril de 2013

Estamos voltando

Após uma longa abstinência blogueira, estamos analisando temas para voltar a postar.

Que a luz do mestre siga nos envolvendo, e nos dê força, para jamais sequer pensar em desistir.

Até breve

Alt

sexta-feira, 18 de março de 2011

Noso Lar - O Estudo (parte 2)

Irmãos e Irmãs, muita paz e sabedoria a todos nós e que os espíritos superiores possam ajudar-nos nesse estudo.


Para que possamos, finalmente, entrar no estudo de "Nosso Lar" quero propor uma legenda. Todas as vezes que estivermos, neste estudo, citando o livro "Nosso Lar" a palavra ficará entre aspas duplas (" "). Quando eu estiver me referindo à cidade espiritual de mesmo nome não colocarei aspas. Combinado ? Então Simbora...


Antes de iniciarmos o livro propriamente dito  vou pedir desculpas e paciência para que possamos entrar em outro assunto muito intrigante e que completará nosso aprendizado: As dimensões espirituais. Mário Frigéri, baseado em "Nosso Lar", escreveu "As sete esferas da Terra". Lembremos que o próprio André Luiz já nos fala da existência de sete dimensões espirituais e Mário Frigéri disseca o assunto em seu livro como nunca vi (em minhas precárias leituras) ninguem explanar. Na escala que se segue vou expor as dimensões em ordem sendo que a primeira é a de menor grau de evolução: Abismo --> Trevas --> Crosta --> Umbral --> Arte, Cultura e Ciência --> Amor Universal --> Diretrizes do Planeta.


Falemos um pouco dessas esferas (que Mário, extremamente didático, compara as esferas às camadas de uma cebola. Recomendo-o). Antes de qualquer coisa, que fiquemos ciente que estamos na esfera Umbralina, ou simplesmente Umbral. Sobre as esferas acima da nossa, pouco sabemos alem de dizer que Arte, Cultura e Ciência está logo acima de Nosso Lar. Por suposição a mãe de André Luiz, em "Nosso Lar",  um espírito de ordem superior, reside nesta esfera. Sabemos tambem que Cristo reside na esfera de Diretrizes do Planeta e que essa esfera é responsável pelo planeta como um todo e por se relacionar com outros planetas de similar desenvolvimento. Ainda sobre essa esfera e segundo Humberto de Campos, no livro "Boa Nova", logo no primeiro capítulo, nos é permitido saber um pouco mais sobre a aproximação da esfera onde Jesus vivia e que essa aproximação levou séculos até que finalmente Cristo pode reencarnar.


Chico falava que a esfera em que vivemos fica muito próxima a zona das trevas e que Cristo pretendia nascer nas Gáleas. Quando as trevas perceberam, viraram Júlio Cezar contra as Gáleas e este dominou-a. Foi quando Cristo decidiu nascer na Galiléia (diminutivo de Gálea). Chico ainda falava: "Veja a figura de Cristo, com seus cabelos longos, a nazarena, não parecia um francês ?" Ahhh. Esse Chico....


Quanto às esferas denominadas sub crostais, ou seja Abismo e Trevas respectivamente tambem pouco nos foi dada a permissão de saber, posto apenas que com a literatura que temos em mãos sabemos que se dá nas zonas interiores à Terra. Dentro mesmo. Àquelas áreas que, em ciências estudamos e que seus nomes são Manto e Núcleo e que seria 'impossível' de haver vida nessas regiões. Pois bem, André Luiz, em Libertação, relata uma visita que fez no interior da Terra, na dimensão das trevas. Quero ressaltar que  não estou delimitando às zonas espirituais com a que aprendemos na escola. Quero apenas ilustrar onde ficam as trevas e o abismo. Tambem sabemos que os povos que lá vivem têm a necessidade de viver em cidades, tais como nós, e que são ainda mais materialistas que nós e portanto, sua forma é ainda mais densa. 


Para nós, que não conseguimos conceber uma existencia mais material ou menos material fica difícil até de acreditar, mas, apelando para a ciência podemos encontrar "muletas" para nos apoiar. Já foi cientificamente provado que, durante o movimento de rotação da Terra, é produzido um som tão alto que, se ouvíssimos ficaríamos surdos. Então, para mim é tão clara a existência de irmãos mais grosseiros a alguns palmos abaixo de nós como é clara a existência de seres menos grosseiros a alguns palmos acima. Aliás, se deixarmos nosso egocentrismo de lado, se deixarmos de ser tão incrédulos, se deixarmos de acreditar apenas naquilo que nossos pobres sentidos nos fornecem, perceberíamos que Deus, em sua sabedoria infinita, não poderia proceder de outra maneira. O próprio André Luiz nos diz que cada planeta tem a sua escala evolutiva implícita (me desculpem, recorro a memória mas não lembro em qual livro André Luiz relata isso.)


Quanto às umbralinas , antes de explicar a esfera, expliquemos seu significado. No Michaelis, Umbral significa portal, limiar, ombreira da porta. Portanto, apesar do nome ser meio assustador, o significado é bem mais apaziguante. Estamos alí, no limiar e portanto ainda há esperança (risos). Podemos dizer que é uma esfera de provas e expiações (mais expiações, de vez que estamos mais vinculados ao nosso carma do que provas que nos servem para elevação espiritual. Ou seja, estamos mais quitando débitos do que qualquer outra coisa). O umbral se subdivide em umbral grosso, que é a zona mais próxima da Crosta e, portanto de matéria mais densa e umbral fino (onde está localizada a cidade de Nosso Lar).


Mas, espere aí Alt... Voce não falou sobre a Crosta. Foi direto para o Umbral. Sim, é verdade. Pois imaginem que se para o próprio André Luiz ficou difícil definir onde terminava a Crosta e iniciava o Umbral, não serei eu que arriscarei isso. O que posso dizer a respeito é que, na perfeita comparação do próprio André, seria como um sanduíche e vivemos entre o umbral e as trevas. Eis a Crosta.


Não há linhas nítidas de separação entre as esferas. Dizem os Espíritos que, em qualquer dimensão em que nós estivermos, teremos sempre terra firme sob os pés e céu aberto acima da cabeça. Aqui reside um dos motivos para que muitas pessoas não percebam que desencarnou


Para passar de um plano inferior para outro, superior, nosso corpo espiritual, o perispírito, tem de perder peso específico. Isso só é possível com a sublimação do Espírito. Quanto mais evoluído moralmente, mais leve é seu peso específico. Quanto mais leve, mais condição ele tem de subir.




Por que tudo isso acontece? A matéria física é nosso único ponto de referência. Nós imaginamos que o mundo espiritual é uma cópia do nosso, mas não é. A Terra é que é uma cópia imperfeita do mundo espiritual. O que existe aqui embaixo existe lá em cima constituído da matéria característica de lá. Tudo isso foi relatado por André Luiz em Nosso Lar, há sessenta anos. Só que a gente lê e passa por cima. Não presta atenção. A gente se detém na história, no enredo. Na novela. Não corremos atrás de novas literaturas para complementar as informações que ali estão e que nos permitem aprender o que de fato interessa.
Agora que já falei um pouco sobre as esferas, poderemos falar um pouco sobre o desenlaçe de André Luiz, iniciando "Nosso Lar". É fato que André fica 8 anos no umbral e o descreve muito bem. Tão bem que assusta. Aí várias pessoas comentam: "quando eu 'morrer' não quero passar para o umbral". Pois então que fiquem tranquilos todos os que tem medo de passarem para o umbral. Não passará ! Já está ! Salvo àquele que ascenda feito um foguete, dando uma 'piscadela' e um 'tchauzinho' para André Luiz, Clarêncio, Veneranda, por exemplo. Infelizmente não é meu caso. Nosso Chico falava que cerca de 3/4 (tres quartos) dos espíritos que desencarnam ficam presos à Terra, e, acreditem, os espíritas estão envolvidos.
 
Tambem é pelo mesmo motivo que ao desencarnar André Luiz recebeu a dádiva de poder conversar com sua mãe, que habitava num plano superior. Porém, relembremos que ele fez isso dormindo, pois foi a única maneira encontrada para que sua alma pudesse ser emancipada.


Eu iria continuar, falando um pouco sobre André Luiz dando-se conta de si mesmo nas zonas umbralinas, mas, acho que já temos bastante material para discussões, não é ? Para o próximo post falaremos sobre isso. Vamos começar devagar. Se as coisas forem fluindo bem a gente aumenta a quantidade de informação. Se ficar muito mal a gente abre um fórum de discussão. Não esqueçam, eu não sou o dono da verdade, vamos discutir o assunto.


Muita paz, muita luz e presença de Cristo em nossos corações.


Alt.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Nosso Lar - O Estudo (parte 1)

Irmãos e irmãs, que os espíritos benfeitores possam nos acompanhar e que nossa pequenez se faça sensível a essa presença de luz.

Já há algum tempo que venho recebendo solicitações de posts de estudo das obras literárias, que na verdade prefiro chamar de legado, de nosso Chico. Mais especificamente um estudo das obras de André Luiz.

Obviamente que me sinto lisonjeado. Infelizmente meu ego ainda é muito superior ao meu tamanho real e não posso esconder que fico feliz em receber esses pedidos, não obstante, eu, sinceramente, não estou à altura de atende-los. Entretanto, humildemente, acredito que posso repartir o que sentí ter aprendido lendo algumas vezes as obras de nosso estimado irmão (voces não sentem orgulho de chamar de irmão um espírito que tanto nos trouxe ? Ahh !! Outra vez mostro porque ainda precisarei reencarnar tantas outras milhares de vezes e aprender a deixar esses sentimentos de lado ! Por ora é inevitável. Eu me orgulho de chamar de irmão espíritos iluminados).

O que quero propor nesse espaço não é um monólogo. Não! Eu não tenho a mínima audácia de achar que tudo aprendí com Nosso Lar (iniciaremos o estudo com esta obra). Proponho um debate. Gostaria que mandassem emails ou postassem comentários para irmos discutindo o tema, ou seja, este post trata-se de um convite à reflexão.

Mas, enfim... Vamos ao que interessa. Nosso Lar, como a maioria de voces já sabem, teve sua primeira edição publicada em 1944 e todos os direitos autorais foram doados à FEB no mesmo ano, pelo escritor, Chico Xavier. É uma obra totalmente psicografada, ditada única e exclusivamente pelo espírito de André Luiz. Hoje, o romance é um clássico, com mais de 2 milhoes de exemplares vendidos no mundo e traduzido para mais de 15 idiomas.

O livro já é, sem o enredo, uma novela a parte, visto que o espírito, ao se apresentar a Chico disse-lhe que lhe ditaria alguns livros. Chico perguntou seu nome ao que ele respondeu quem realmente era, entretanto disse-lhe que Chico não deveria revelar sua identidade real por fatos que a humanidade viria a descerrar num futuro breve. Entao, completando, perguntou à Chico qual era o nome do rapaz que dormia no quarto ao lado onde ambos estavam. Chico disse-lhe ser seu meio-irmão e que seu nome era André Luiz. Estima-se que os fatos acima ocorreram no início da psicografia, no ano de 1942/43. Em 1938 foi lançado, por Chico ditado por Humberto de Campos o livro "Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho" e em 1944 a esposa viúva, e detentora dos direitos autorais de Humberto de Campos, move ação contra Chico e a FEB, reclamando autoria deste último. Para Chico, tudo então se fez claro nas declarações de André Luiz.

"Quero trabalhar e conhecer a satisfação dos cooperadores anônimos da felicidade alheia. Procurarei a prodigiosa luz da fraternidade através do serviço às criaturas, olvidando o próprio nome que deixo para trás por amor a Deus e a elas. Revisto-me transitoriamente de outra personagem para melhor ensinar e amparar. Sou André Luiz."  Fico pensando... Quer maior prova de desapego do que abdicar do próprio nome afim trazer a lume ensinamentos que estamos apenas ainda no be-a-ba ?

A curiosidade do livro, por si só, não se resume a isso. O livro foi duramente criticado logo após seu lançamento pois, era inconcebível existir uma cidade alem-túmulo. Lembremos que Chico tinha, senão pouco mais, 10 livros publicados. Junta-se a pequenos fatos, tais como, sala de banho, bonus hora, união espiritual, e ligações em geral da vida material e pronto. Nosso Lar foi (e em algumas dissidencias do espiritismo ainda o é - vide 02 ultimos posts deste blog) duramente criticado. Aliás, creio eu que, não fosse a marca de Emmanuel em todas as publicações deste autor espiritual e hoje eu não daria metade da importância que o livro realmente nos tem.

Precisamos ressaltar:

1) Hoje existe, de forma gratuita, o audiobook do livro. Como se sabe o audiobook é gerado a partir de um software que "lê" e transcreve o que está sendo "lido" em voz masculina ou feminina e, escolhe-se apenas uma voz. Ou seja, o livro é ditado, ipsis litteris porém, por um software.

2) Existem, a venda e de forma gratuita, a radionovela do livro. Ou seja, é o enredo do livro novelado por vozes diversas.

3) Por último, porem não menos importante, temos ainda o filme que hoje já é amplamente difundido.

Não creia, amigo leitor, que qualquer um dos tres substitui a obra. Mera tolice. O audiobook não consegue transmitir a essência do livro, afinal, trata-se de uma máquina. Tanto a radionovel quanto o filme não possuem a magnitude da obra, eventualmente até pulando trechos importantes. Entretanto, se voce nao gosta de ler, eu recomendo que fique com a radionovela. Mas, repito, voce ainda não conhecerá toda o esplendor de Nosso Lar.

No próximo post iniciaremos o estudo da obra. Participem, desde já.

Que as melhores vibrações de amor possa nos tomar o espírito.

Alt

Citações deste post
Para Ler



 Para Ouvir 

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Breve descrição da ramificação espírita atual



Este post é continuação do post anterior, "Os vários espiritismos existentes". Agradeço caso possam me ajudar nas divisões pois posso estar desatualizado. O tema requer um grande debate, aberto, sem preconceitos e despretencioso. Está aberta a proposta.

Sabe o que é mais engraçado disso tudo ? Efetuando pesquisa em diversos blogs e grupos de discussões espíritas, a grande maioria afirma não haver divisão e àquele que divide não é espírita (a alguns até xingam). Aí complementam: O verdadeiro espírita é aquele que.... e completam a frase com uma das definíções abaixo. Me desculpem mas, foi cômico. Sem ironias, apenas cômico.

1) Ortodoxos: Procuram ao máximo seguir as obras de Allan Kardec e julgam-se detentores da pureza doutrinária, havendo, inclusive, discussões entre suas divisões, cada uma requerendo o título de "mais pura".

a) Roustenguistas: Seguem a FEB, suas padronizações e recomendações. Divulgam o "Cristianismo Redivivo". Chego a supor que em breve nova ramificação pode ser aberta uma vez que cada dia que passa existe um maior numero de seguidores do filósofo espiritualista Pietro Ubaldi.

b) Tradicionais: Seguem a FEB em quase tudo, excetuando-se a adoção das obras de Roustaing. Tambem "prevejo" uma dissociação deste grupo muito em breve visto que alguns sequer ousam falar nas "obras roustenguistas", ainda que defendam um Espiritismo religioso e cristão (veja por exemplo o "movimento de reformas" em São Paulo que acabou se transformando numa nova denominação [Igreja Evangélica] ou o jornal "O Correio Fraterno do ABC"). A mesma regra para o "ubaldismo" vale aqui. Percebam que as obras de Pietro Ubaldi conseguem agradar a setores diferentes do Espiritismo nacional. Falaremos sobre algumas obras desse admirável escritor em breve.

c) Laicos: Manja os científicos que citei no post ? Oieee. Somos nós. Defendem um espiritismo não-religioso e sem dogmas. Respeitam o novo testamento assim como Cristo mas, não o entendem como a regra moral a ser seguida, discutindo essa regra moral com outros credos religiosos. Em Santos/SP possuem um famoso jornal, o "Abertura".

2) Heterodoxos: Kardec é o centro de suas orientações teóricas e práticas mas misturam apometria, umbandismo, ocultismo, e tantas outras ceitas. Dividem-se:

a) Leves: Misturam crenças, na prática e na teoria de qualquer filosofia coerente com o espiritismo. Entretanto, participam de encontros, congressos, feiras, e quaisquer movimentos divulgados pela FEB.

b) Ramatisianos: Seguidores de Cristo e Kardec como a grande maioria dos(se não todos) espiritas, entretanto incluiem-se aqui as obras de Ramatis e as seguem como mestre em seus trabalhos. Podem participar de movimentos ortodoxos mas, em geral, criam seus próprios centros, denominando-se universalistas. Alguns chegam a utilizar as obras de Paiva Netto (LBV) como apoio.

c) Laicos heterodoxos: São os Laicos ortodoxos, apenas quem permite que os seus seguidores adotem sua religião. Procuram Kardec para conceber a visão maçônica.

d) Armondistas: Voce ja deve conhecer algumas obras do comandante Edgard Armond. Ele foi presidente da FEESP e foi considerado a ovelha negra pois nunca se submeteu à FEB. Fundou a Aliança Espírita Evangélica (AEE), muito forte na capital paulistana e possuem vários centros filiados a ela. Para esses seguidores visualizam o espiritismo apenas em seu aspecto religioso-cristão. Admitem ocultismo.

3) Independentes: Para quem pertence a esse grupo tanto faz ser espírita, espiritualista ou seja lá o que for. Seguem Kardec mas nao se importam com a pureza doutrinária. O Rio de Janeiro é o grande ponto focal desta divisão.

a) Os que não se filiam. Não se ligam a nenhum orgão do movimento espírita tradicional (conselhos regionais, FEB ou federações estaduais), mas, são kardecistas, sem abrir mão disso.

b) Há também aqueles que romperam com o Espiritismo. Grande exemplo é àquele que o Chico acreditava ser seu substituto. Dr. Waldo Vieira, que criou a "Conscienciologia e Projeciologia". Outro exemplo é Oswaldo Polidoro que criou o "Divinismo". Tem-se, ainda, os criadores do "Racionalismo Cristão". Mais exemplos estao fundados na familía Gasparetto (Zíbia e Luiz Antonio). Alziro Zarur e Paiva Netto com a LBV (Legião da Boa Vontade, que se auto-intitula a quarta revelação pós-espírita.

E acreditem, novas divisões, que seguem as máximas de kardec e são filosofias reencarnacionistas, surgem a cada dia. Que sirva de lição àqueles que criticam nossos irmãos evangélicos que a cada dia abrem novas igrejas com nomes distintos. Observai, caros irmãos, a trave no nosso olho pois ela sim, já é grande e preocupante o bastante.

Sigamos acreditando. Ainda vamos, todos, nos unir numa só filosofia, trabalhando, em seu interior, todo o esplendor dessa doutrina.

Alt.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Os vários espiritismos existentes



Que toda a paz que emana de nosso Senhor possa estar conosco agora e sempre.

Estava acompanhando uma discussão “nalgum” grupo espírita. Uma determinada irmã está perguntando se existe algum problema na prática da mediunidade em casa ao invés do centro.

Obviamente que várias foram as respostas e a grande maioria delas negativamente, mas, o que mais me entristeceu foram as respostas de maneira geral. A grande maioria das respostas, se não todas, foram criticando, no sentido de orientar, a prática da mediunidade no lar. Não quero me alongar muito nisso, até porque não é o alvo deste “post”, e passo o link da discussão efetuada no site Yahoo Respostas. Mas eu dizia.... Me entristeceu porque todo mundo generalizou. A própria médium fornece leve explicação de que está iniciando agora no espiritismo mas, ninguém orientou-a a procurar suas respostas (porque a mim está claro que não existe apenas uma pergunta) num centro qualificado. Todos, na ânsia sôfrega de ajudar, claro, simplesmente falaram que ela deveria praticar a mediunidade no centro. Alguns arriscaram dizer que existem vários tipos de mediunidade, outros, alem de responder, sugeriram livros. Tudo ótimo, exceto pelo fato da generalização. Eu abomino a generalização. Sei que não deveria abominar nada mas minha fase de aprendizado (que a mim parece eterno) me permite cometer erros. E abomino a generalização. Ninguém a orientou no sentido de esclarecer-lhe que cada indivíduo, à sugestão do próprio nome, é único e que ela deveria procurar um hospital. Absolutamente ninguém. Vale lembrar que quando digo hospital, é o do espírito, ou da alma, como corrigiriam alguns puristas.

Mas, teve uma outra coisa que me chamou mais atenção ainda do que a tola (desculpem) pretensão de achar que somos todos iguais e que nossos problemas também o são. Uma das respostas dizia “...Dentro de um centro espírita idôneo (Kardecista e Federado) ele tem apoio do grupo, que comunga os ideais, e sózinho [SIC], ele, precisa ser capaz de separar as influências e de se manter protegido !...” . Fiquei me perguntando: Por que raios os centros não kardecistas não são idôneos? Eles não praticam os ideais de Cristo? E vou mais além... Um centro espírita só é idôneo se federado?

SENTA QUE LÁ VEM A “HISTÓRIA”

O Espiritismo nasceu com o lançamento, na França, de O Livro dos Espíritos de Allan Kardec, pseudônimo do Prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), um discípulo do pedagogo Johann Heinrich Pestalozzi.

As bases fundamentais do Espiritismo podem ser resumidas em cinco pilares:

1. Deus existe como "inteligência suprema e causa primeira de todas as coisas;
2. Os espíritos são imortais e pré-existem ao corpo físico;
3. Há uma pluralidade de existências e de mundos habitados;
4. Os espíritos se comunicam com o mundo físico;
5. Todos os espíritos (encarnados e desencarnados) estão submetidos à lei da evolução intelecto-moral através de múltiplas existências até chegarem a plenitude divina.

Na grande maioria do movimento espírita, o Evangelho de Jesus Cristo é o modelo ético-moral desse processo evolutivo das almas.

Logo em seguida, o Espiritismo aportou em terras tupiniquins, especificamente em 1860. Em Salvador, no ano de 1865 é realizada a primeira sessão espírita nacional e no mesmo ano, também na Bahia, é fundado o primeiro centro espírita do Brasil. Logo após a desencarnação de Kardec, ou seja, em 1869, ainda na terra do axé, surge o primeiro órgão da imprensa espírita. Não fora coincidência todos os fatos acima surgirem no mesmo local. Após todas essas “investidas” na doutrina reveladora Luiz Olímpio Teles de Menezes foi considerado o monitor do espiritismo no Brasil.

Em 1883 a Federação Espírita é fundada e isso cria novos pilares para a doutrina.

O “nascimento” desse espiritismo era claramente elitista. Basicamente formado por profissionais liberais e militares de classe média sendo que a grande maioria possuía forte conhecimento da língua francesa para leitura das obras de Kardec e Roustaing. Devido ao surgimento desse neo-espiritismo alguns pesquisadores, ainda hoje, classificam a doutrina como uma "religião brasileira de classe média".

MAIS HISTÓRIA: A TRISTE QUEBRA DO MOVIMENTO.

Desde o século 19 que o espiritismo é alvo de imensuráveis brigas no topo de sua pirâmide. Brigas acirradas dividiam os espíritas em místicos e científicos e em 1879 houve a primeira quebra interna do movimento, com a fundação de duas novas sociedades. Eu não iria postar, mas, em linhas gerais, os místicos defendiam o estudo do evangelho de cristo e o espiritismo como religião. Esse fundamentalismo era liderado pelo nosso grande médico Bezerra de Menezes. Os científicos defendem um espiritismo não-religioso. Um espiritismo científico e experimental. Em curtas e breves palavras: Religião ou não ?

Ao assumir a presidência da FEB, Bezerra com suas receitas homeopáticas é responsável pelo grande crescimento do espiritismo no país, porém, ainda muito elitizado. Apenas com o surgimento das obras do nosso Chico é que o espiritismo começa a se difundir em outras classes sociais.

Em outubro de 1949, durante uma Conferência Espírita realizada no Rio de Janeiro pela CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana, mais alinhada com os científicos) surgiu a oportunidade de reunir todas as grandes lideranças do Espiritismo nacional que acabaram por celebrar o "O Pacto Áureo", unificando o movimento espírita e diluindo a velha rincha entre científicos e místicos. Alguns centros espíritas não aceitaram tal "unificação" e, até hoje, ou se mantém não-federados ou se filiaram somente a CEPA que vem crescendo no Brasil depois do regime militar, especialmente na segunda metade dos anos 90, com sua pregação por um Espiritismo laico, sem vínculos religiosos e sem nenhum caráter místico, em alguns casos, com forte conotação socialista.

Tenho até vergonha de postar esse pequeno histórico do espiritismo nacional porque sua amplitude é muito maior que isso, mas, ainda que breve, ele nos serve de pano de fundo para pensarmos sobre o espiritismo atual, que, permanece dividido em muitos setores e, cada um deles esqueceu nossa máxima e reivindica para si a “verdadeira interpretação” das obras de Kardec e mais recentemente incluindo nessa briga as obras de Chico e do Divaldo.

Com todo esse revanchismo, motivado apenas por ideais paternais e financeiros, hoje o espiritismo se divide em três grandes grupos com suas ramificações e alianças:
Ortodoxos, dividindo-se em Roustenguistas, Tradicionais e Laicos.
Heterodoxos , que se dividem em Leves, Ramatisianos, Laicos heterodoxos e Armondistas
Independentes , e tome divisões: Conscienciologia e Projeciologia, Divinismo, Racionalismo Cristão, quarta revelação pós-espírita; os ubaldistas puros os Sem-alianças e mais algumas outras divisões que, sinceramente, me cansam.

Voce tinha conhecimento de tantas divisões "em prol" de nossa doutrina ?

Pois eu, depois de estudar isso tudo a alguns anos atrás fiquei deprimido. Vou postar uma pequena definição de cada uma delas mas, se você for um humano normal, alheio a políticas idealistas e financeiras, deve estar se perguntando: Onde estou nisso tudo ? Qual a filosofia do centro que freqüento?

Não obstante nossas próprias dúvidas ainda somos questionados por nossos amigos espíritas, eventualmente inclusive, em tom irônico: “Mas, esse centro é federado?”

Pois é meus irmãos(ãs). Está na hora de esquecer esse elitismo barato. Essa divisão que cria várias doutrinas, porque, em verdade o espiritismo é tudo. É religião. É ciência. E por isso a doutrina que escolhemos é tão maravilhosa. Ela é arcaica, contemporânea e futurista.

Encarecidamente eu peço, a cada um de vocês, irmãos de jornada: Não vamos fortalecer essa divisão. Por que não podemos simplesmente estudar, cada um a seu termo, todas as “verdades” que o espiritismo trouxe? Não devemos almejar ser seu dono, porque ela, a verdade, simplesmente é de todos, assim como de todos deve ser a fantástica doutrina que nos aponta para a criança criada em laboratório e que nos une as mãos elevando-as ao mais alto.

E quando perguntado sobre a origem de nossos centros, ignoremos federações, repartições, associações, ramificações e divisões. Na verdade o que queremos e precisamos saber é se estamos freqüentando um centro idôneo. Aqui sim, eu arrisco uma resposta: se seu centro pratica a caridade, possui uma obra assistencial qualquer em franco crescimento e não tem dinheiro em caixa: BINGO! É ele. Tenho pra mim que dinheiro em caixa e centro espírita pode ser comparado a um belo copo de água e óleo. Impossível de se misturar e irremediavelmente poluído.

E que nossos erros venham para nos servir de exemplos afim de nos aproximar do Mestre que é sem dúvida, indivisível.

Alt

CITAÇÕES DESTE POST:

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Créditos

Irmãos e irmãs, estou aqui apenas para dizer que estou trabalhando no próximo post e para fazer justiça.

No subtítulo de nosso blog constava, incorretamente:
"Bem vindo ao blog de divulgação da terceira reveleção"

Atenta, como sempre, nossa amiga Simone atentou para o erro e agora o subtitulo do blog está correto.

Justiça e créditos concedidos a quem de direito seguido de meus mais sinceros agradecimentos.

Muita paz e se o Pai permitir, até breve !

segunda-feira, 14 de junho de 2010

As obras de Baccelli e seu impacto



Irmãos e irmãs, que a luz que emana dos emissários do senhor possa inundar nossos corações.

Eu sou a pessoa que têm mais defeitos no mundo inteiro. Mas não fique com pena de mim. Não falo isso para que meu leitor me trate como se tratasse a um doente terminal. Eu falo isso porque um dos meus grandes defeitos é não manter minhas amizades e não haveria como citar esse defeito sem que parecesse ser o único. Então, acredite em mim: perto da infinidade de defeitos que me assolam a alma, esse é um cisco.

Mas, não sei bem porque citei esse meu defeito. Eu não tinha a mínima pretensão de falar sobre a quantidade de amizades que já deixei escapar pela minha vida por esquecer de manter o contato.

Ah! Sim, lembrei (para você foi num piscar de olhos mas eu demorei uma tarde inteira para voltar a esse texto e completá-lo)... Eu, e esse meu defeito já me fizeram perder várias pessoas queridas pelo caminho mas, a pouco tempo atrás, graças ao ORKUT, fui encontrado por uma grande amiga dos velhos tempos de Lofty (baladinha extinta no coração do Gonzaga/Santos). Essa amiga, no último dia 05/06, após ler esse humilde blog, mandou-me um email perguntando a respeito do livro “Estudando Nosso Lar” do Baccelli (, Carlos A) com o Dr. Inácio Ferreira. Na verdade ela me perguntou, mais exatamente, sobre o que era discorrido no livro. Respondi-lhe que sua resposta seria dada por aqui. E aqui estamos para isso.

No livro Baccelli, com a ajuda do autor espiritual (ou seria o contrário?), nos ajuda a entender um pouco mais sobre a cidade espiritual de Nosso Lar. Tenta ser um guia de estudo ao ler Nosso Lar e, pela falta de obras desse nível, o livro obtém o êxito pretendido. Ajuda a interpretar (sempre segundo o ponto de vista do autor espiritual) o que André Luiz nos retrata. É um livro muito bom, e segundo os meus conceitos, recomendo. Porém eu acredito que o médium tenta, numa ânsia de resposta aos espíritas incrédulos de suas obras, convencer o leitor de certos conceitos. Eu simplesmente adoro as obras do médium (todas), mas, eu acredito que em todas as suas obras ele cometa o mesmo “erro”. Sempre tentando convencer. Mas, por que ? Que adianta ? Quando André Luiz recebeu a incumbência de nos transmitir aquilo que considero a continuação das obras de Kardec, em tempo nenhum ele tentou convencer ninguém do que ele estava ditado. Muito menos nosso amado Chico ficou debatendo sobre o tema. Obviamente que foi uma revolução, principalmente quando do lançamento de Nosso Lar, e ele precisava responder algumas perguntas, mas, aos incrédulos que ficasse a sua discórdia. Não quer acreditar ? Respeito muito mas, deixe-me seguir com meu trabalho. Nada de, livros após livros, falando sobre os mesmos temas. E Baccelli incorre nesse erro. Em toda sua obra doutrinária ele fala sobre a reencarnação de Chico, sobre a reencarnação no mundo espiritual e sobre os espíritos terem necessidades fisiológicas. Creio eu que já seria o bastante um comunicado desses e pronto. Gerou revolução ? Pois ela perdurará apenas até a próxima obra pois lá outra bomba explodirá, encobrindo esta.

Não sei se estou sendo claro o bastante. Desculpem !

Baccelli x Mundo Espírita x Bacelli x Mundo Espírita x ...

E deixemos uma coisa muito clara. Eu leio Baccelli. E muito. Se acredito ou não no que está escrito eu não vou dizer porque estaria sendo contraditório com minhas opiniões aqui pautadas. Mas leio com muita freqüência e gosto. Acredito que o linguajar é simples de se entender . Eu sempre achei que as palestras em centros espíritas são pautadas num linguajar muito antigo e lembremos que a média populacional do espírita está crescendo, trazendo, com esse crescimento, a população paupérrima e, faz-se necessário explicar o evangelho em linguagem simples, português claro. E o Baccelli nos trouxe isso.

Aí ele escreve, com todos aqueles conceitos de Chico ser Kardec, de um espírito estar grávido e de um espírito sentir vontade de fazer xixi e pronto. Uma dezena de centena de pessoas criam listas de discussão para dizer que ele é analfabeto, que ele é interesseiro, que ele quer polemizar e que ele quer distorcer as raízes do espiritismo e isso e aquilo e.... fazem greves às obras do Baccelli. Raros são os centros espíritas cujas bibliotecas ou livrarias possuem obras dele, cedendo o lugar dele ao Divaldo Franco.

Ora essas: Em primeiro lugar o Baccelli não precisa de defesa e não estou defendendo-o (aliás, a alguns parágrafos atrás lembro-me de te-lo criticado, ou às suas obras). Ele não precisa de defesa. Também não estou polemizando, estou colocando nesse espaço minha humilde opinião. Em segundo lugar o Baccelli é formado em Odonto. Super estudado. Homem culto e isso é perceptível quando se assiste a uma palestra dele (já tive esse prazer). Mas, depois que ele escreve, as obras são revisadas ortográfica e gramaticalmente por um grande amigo do Baccelli. Além disso a editora também deve revisar (o que já não garanto). Aí, uma palavrinha que saia errado e.... Todo mundo mete o pau sem saber. Simplesmente criticam e o chamam de analfabeto como anda acontecendo em alguns fóruns espíritas. Terceiro: O Baccelli reverte 100% de suas obras literárias para obras assistenciais mineiras. O Lar dos idosos, o CE Pedro e Paulo e tantos outros. Alguém por favor me diga onde há interesse nisso ? Porque o sujeito “cede” seu tempo ao espiritismo, psicografando, vende, reverte e é duramente criticado e até excluído ? Ora essas... É de se admirar que alguém possa chamar de interesseiro alguém que não pega um centavo sequer de suas obras. Que tem um trabalho de assistência social maravilhoso ajudando um “sei lá quantos” de pessoas (pesquisem, eu não sou o dono da verdade). E o pior, muito me admira isso acontecer no coração dos centros espíritas. Então, deixo aqui meu recado como um grito: Espíritas: Uni-vos pelo ideal, pela doutrina apaixonante que nos conduz e pratiquemos a máxima FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO !

Que o Pai celestial possa, em sua onipresença, abençoar nossa semana.

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Para Ler



- Estudando Nosso Lar
Carlos A. Baccelli e Inácio Ferreira
LEEP (Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo)
350 páginas